quinta-feira, junho 29, 2017

Três poemas de Neila Koppe


É SÓ PARA OLHAR O CAMINHO
Quanto tempo perdemos na noite
Enquanto não brilha o sol,
Se a noite se prolonga e cega,
Como somos enganados!
Deixamos o riso ir embora e
Os olhos perderem o brilho.
As mãos perdem as forças
E os pés não veem o caminho.
Por que fomos enganados
E deixamos ir... os sonhos,
Que antes eram tão visíveis.
Mas nos cegaram no caminho
Colocaram pedras, mudaram as placas,
Facilitaram a viagem,
Ofereceram alternativas,
Mentiram com bocas de mel e olhos
Mortos, mas aparentemente vívidos.
É tempo de manter a esperança,
Sorrir o riso mais bonito,
Dar um passo mais largo,
Olhar só para o caminho.
Será que não ouvimos mais
A voz daquele que falou: Vá!
Você se esqueceu de que era verdade?
Quem deu a ordem é Fiel e
Ele só mandou ir.
Não olhe para trás,
Esqueça o passado,
Quem garantiu pode tudo e
Não precisa de sua ajuda.
Pare de colecionar mortos e
Cadáveres em abundância.
Não é mais para velá-los, passou
O tempo de abaixar os olhos.
Esqueça o cheiro do passado,
O caminho é verde.
Há animais ferozes na estrada?
Não é para olhar para eles.
É só para olhar o caminho.
Pare de brigar com as aves,
Você vai perder sua colheita.
Rizpa velou tempo demais seus mortos
E esqueceu que ainda vivia.
Como pôde suportar o cheiro, a decomposição,
Até chegar aos ossos?
A sua carne ainda vivia, os seus ossos estavam fortes,
Mas os usou só para espantar aves,
E esqueceu que ainda vivia.
É tempo de vislumbrar a chegada,
Cantar, ainda que sem harmonia
Da vida, dos homens, dos tempos.
Ouvir só a voz que mandou você ir.
Ele vai à frente e
Não se esqueceu de você.
É só para mostrar o caminho que Ele saiu de perto,
Da sua vista... não do seu coração.
É só para espantar as feras, que Ele foi à frente.
A cidade está perto, a Canaã já é vista,
É só guardar a voz
Daquele que mandou você ir.

MATURIDADE
O que fazer quando a velhice chega
E o cansaço junto
Chegam as rugas
A ternura aumenta 
A ponto de ficar meio bobo
E a ranzinzice
Exaspera os mais novos
Seja lá o que for
Aumenta também
O velho está mais fragilizado
Não jovem
Anda mais devagar
precisa de mais carinho
De saber que ainda é querido
Se tem um igual
Que tenha vivido junto até aqui
São já parecidos
Tantas coisas passaram...
À noite, os pezinhos se encontram
O calor dos corpos cobre o frio
A temperatura do corpo alterada
As mãozinhas entrelaçadas...
Conseguiram vencer
São um só
Por isso se um parte
O outro sente o pedaço
Que foi embora sem aviso
A cama está fria
A falta é imensa
Os netos são agora consolo
Os filhos são amparo
Os olhos estão mais sábios
A língua medita a palavra
A mente alcança o longe
Que o jovem não alcançou
Um dia ele parte também
Mas, vai feliz 
Vai em paz
Cumpriu a carreira
Vai só descansar...


MANSIDÃO
Ser manso como um rio límpido
Onde só pequenos peixes se movem
Ser manso como a mulher anciã e sábia
Experiente em sonhos e más realidades
Que habitou em lugares inóspitos e áridos
Mas não perdeu a fé
Provou da quase miséria
mas isso não lhe marcou os olhos
Continuam doces e amorosos
Soube de verdades ocultas
de traições perversas e loucuras expostas
Mas amou até ao fim do último suspiro
Aquele que se reconciliou antes de partir
Fruto de misericórdia do doador manso
Como Abigail que, guardando a aliança ingrata,
Preservou suas pequenas riquezas
Alheia aos segredos de Deus e as suas recompensas
Mansidão tão rara... criticada e desprezada
mas que floresce no momento último
No momento consciente... na pequena lucidez
Muitos se foram e não deixaram saudades
Mas, pelos mansos alguns choraram, mesmo ao longe
Por esses que foram árvores frutíferas
Com troncos fortes, galhos que se estenderam ao outro
E produziram sombra
Esses mansos que receberam promessas
De Deus herdarão o Reino
Verão a face do Rei
Não foram seduzidos pelas Dalilas e Cleópatras
Não se curvaram diante das ambições dos Césares
Mas foram fontes de descanso em desertos
Águas puras em terras áridas
Colos eternos na ausência de mães
Mensagens vivas de que o Pai do céu existe
E de que são bem-aventurados os mansos
Pois, não serão esquecidos e herdarão tesouros escondidos

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quinta-feira, junho 22, 2017

Quatro sonetos de José Manoel Ribeiro


MAR ABERTO

Procuro um calmo coração que pondera
Algo mais que os corações atribulados
Por este mundo e que não se desespera
Ao primeiro augúrio em falso revelado.

Busco uma só alma que não tenha andado
Em círculos incrédulos como esferas
Soltas, pois quando em terra árida gerados
São vendavais que o próprio engano gera.

Impressiona-me ver homens rebelados
Debatendo-se entre as pedras no deserto
Quando há os rios de água viva logo ao lado.

E por mais que a correnteza esteja perto
Eles teimam em viver no mesmo estado
Enquanto os rios vão a Deus em mar aberto.


AOS PÉS DA CRUZ

Aquele que se mostra mais determinado
Em alcançar a graça que tanto deseja
Descansa no Senhor enquanto espera, ou seja,
Firma-se na fé e não somente em seu agrado.

Tão triste o fim de quem renuncia ao estado
De servo voluntário, a ingratidão sobeja,
E passa a ser escravo de tudo que almeja,
Porque ao que deseja ele estará acorrentado.

Quando o anseio egoísta do homem invade
Sem pudor algum o coração de Jesus,
Ele ignora o “seja feita a tua vontade”.

Mas quando revestido de humildade vais
Como um cativo ajoelhado aos pés da cruz
Terás além do que desejas muito mais.


RUTE

Por justiça à sua dócil obediência
Rute, a moabita, foi recompensada.
Em Moab sua vida era pesada,
Mas em Belém se livrou dessa dolência.

Por mais triste que lhe fora a experiência
De viver e ver a sogra amargurada
Não se levou pelo exemplo da cunhada
E preferiu esmerar sua existência.

Na doce terra segavam a cevada
Quando nos campos entregou-se a viver
Oferecendo a Boaz seu belo olhar...

Sendo por fim toda mácula ceifada
Veio a colheita dos que souberam ser
Fiéis a Deus mesmo antes de semear.


JOSUÉ VI

Que caia sobre a terra todo o muro
Colocado entre Deus e os escolhidos,
E mesmo o que na rocha for erguido
Não se firmará com todo esse apuro.

    – Se um muro edificado a sua frente,
Forjado em plena força mineral,
Parece inerte, eterno e imortal,
Pela fé cairá completamente!

     Mesmo não havendo sinais de emendas
      Sob o musgo, não se escondendo fendas
      Entre os blocos férreos de Jericó,
  
      De uma muralha a ruína formou-se,
      E sangraria se de carne fosse,
      Mas sendo pedra se desfez em pó!

quinta-feira, junho 15, 2017

Três poemas de Luís Guerreiro


Êxodo

Disse o Senhor a Moisés,
Que fez o cego, o surdo e o mudo,
Temos de ter fé,
E usá-la como escudo.

Moisés e Aarão foram enviados,
Para trazer o povo do Egito,
Mas o Faraó ficou indignado,
Dizendo: «Não os deixo ir. Tenho dito!»

E o Faraó ainda piorou,
A situação de Israel,
Então Moisés ao Senhor tornou,
«Porque nos foste infiel?»

Então disse o Senhor,
Que os resgataria,
Ouviria a sua dor,
Os seus prantos todo dia.

Então foi prometido,
Fazerem-se maravilhas,
Mas o Faraó com o coração endurecido,
Não as compreendia.

Faraó de coração obstinado,
Recusou deixar partir,
O Israel sacrificado,
Para o Egito servir.

As águas em sangue foram tornadas,
Mas o Faraó não reconheceu,
E voltou para sua casa,
E assim se sucedeu.

E muitos sinais foram executados,
Para exaltação do Senhor,
Para Israel ser libertado,
Do Egito opressor.

Então chegou a altura,
Da desejada libertação,
Dia que até hoje perdura,
Sem o fermento no pão.

Foi o dia dos pães asmos,
Em que Israel se apartou,
Com muito entusiasmo,
Do Egito se livrou.


Exortações

Escolhes bem as tuas palavras,
Medes todos os passos que dás,
No meio de lanças e espadas,
Não podes olhar para trás.

As palavras são apenas palavras,
Mas as palavras podem destruir,
Se ditas por gente amada,
Se forem boas podem construir.

Nem sempre te dás ao mundo,
Na honestidade tu vives batalhando,
Antes da resposta está o prelúdio,
E o diamante que se vai gastando.

Pensas que tens de ser bom para todos,
E de facto deves ser sempre cordial,
Mesmo que te tratem de maus modos,
Mostra-te o actor principal.

Na escuridão do mundo,
És pedra branca que reluz,
Não é pela cor da pele mas pela de fundo,
Que por ti morreu Jesus.

Mostra amor aos que ódio têm,
Assim não têm com que te acusar,
É pela força que eles se mantêm,
Mas tu é pela franqueza do amar.

Acham que brandura é fraqueza,
E ternura um defeito,
Fiam-se na sua esperteza,
Que por ninguém tem respeito.

Deixa-os andar no seu caminho,
Não te dês com gente má,
Jesus teve coroas de espinho,
Mas ele é o Leão de Judá.


Beber do Evangelho

Evangelizar é partilhar a Palavra
Aquela que um dia habitou entre nós
Sejamos nós de oliveira mansa ou brava
Ele enxerta-nos se ouvirmos a Sua voz.

Indo por caminhos à descoberta
Damos aos povos a conhecer
A Palavra que nos liberta
Acreditando com o nosso ser.

Dê-mos nós o que nos foi dado
De graça a Palavra que acolhemos
Perdoados somos do pecado
Se da sua fonte bebermos.

É importante partilhar a Boa Nova
E também é importante a recebermos
Mas teremos de passar numa prova
Durante a nossa vida toda
Para eternos um dia sermos.

Para matar a sede de quem se perde
Partilhemos o Evangelho
Para nos salvar a Palavra serve
Desde o mais novo até ao mais velho.

quinta-feira, junho 08, 2017

Três poemas de Johnson Gnanabaranam


Meus amigos

Senhor, tu nos chamaste de teus amigos.
Tenho amigos que te amam muito.
Tenho-os em alta consideração,
E te agradeço por me teres dado tais amigos.

Senhor, tenho amigos que te odeiam.
Apesar disso eu os amo.
Senhor, tu que transformaste o coração de Paulo
Que te odiava,
Faze que estes meus amigos reconheçam
Teu amor!

Senhor, tenho amigos que se riem de ti.
Choro por eles.
Senhor, tu choraste por Jerusalém,
não deixes estes meus amigos perecerem em sua tolice.

Senhor, tenho amigos que são indiferentes diante de ti.
Preocupo-me muito com eles,
que não são nem quentes nem frios.

Senhor, tu que em relação a nós não és indiferente,
dá-me forças para, através de minha vivência cristã
chamar estes meus amigos à decisão.


FESTAS

"Este dia será para vós um memorial, e o celebrareis como uma festa para o Senhor: nas vossas gerações a festejareis; é um decreto perpétuo." Êxodo 12.14

O espírito de Advento é o amor que a todos consola.
O espirito de Natal é o sacrifício do amor.
O espírito da Sexta-Feira da Paixão é o encontro
entre o amor de Deus e a justiça de Deus.
O espírito da Páscoa é a vitória do amor.
O espirito da Ascensão é o domínio do amor sobre todas as coisas.
O espírito de Pentecostes é o amor que congrega os irmãos.

A alegria do Advento
é a promessa de Jesus de voltar em glória.
A alegria do Natal é a encarnação de Jesus no mundo.
A alegria da Sexta-Feira da Paixão é que Jesus destrói
os pecados do mundo.
A alegria da Páscoa é que Jesus torna visível
a verdade da ressurreição.
A alegria da Ascensão é a presença de Jesus
em qualquer tempo em qualquer lugar do mundo.
A alegria de Pentecostes é recebermos a dádiva
do Espírito Santo em benefício de outros .

A mensagem de Advento é: O reino de Deus está próximo.
A mensagem de Natal: Paz na terra
entre as pessoas a quem ele quer bem.
A mensagem de Sexta-Feira Santa: Pai perdoa-lhes.
A mensagem de Páscoa: Eu sou a ressurreição e a vida.
 A mensagem de Ascensão: Eis que estou convosco todos os dias.
A mensagem de Pentecostes: Derramo o meu Espírito
sobre todas as pessoas.

Senhor amado, nós te agradecemos pelos dias festivos que nos deste.
Perdoa-nos por termos esquecido o seu significado em nossa prática
de os celebrar. Aluda-nos a passar adiante a outras pessoas o
significado das festas da cristandade.


Cria um coração novo

"Cria em mim, ó Deus, um coração puro,
e dá-me um espírito novo e reto." Salmo 51.12

Quando eu estiver solitário,
cria em mim um coração alegre
que sinta a Tua presença. 
Quando estiver esgotado,
cria em mim um coração esperançoso
que me lembre do sentido de minha vida. 
Quando estiver sofrendo,
cria em mim um coração paciente
que carregue o seu fardo em quietude. 
Quando estiver sendo tentado,
cria em mim um coração firme
que lute contra a tentação. 
Quando tiver caído,
cria em mim um coração crente
que receba teu perdão. 
Quando tiver sido abençoado com bens,
cria em mim um coração generoso
que reparta com os pobres as tuas dádivas. 
Quando estiver reunido com amigos,
cria em mim um coração sensível
que lhes passe adiante o Evangelho.
Amém!

Do livro Senhor, Renova-me (Editora Sinodal, 1993).

terça-feira, junho 06, 2017

Trilha Missionária, um jogo para aprender sobre Missões brincando


Imagine um jogo de tabuleiro, desses de trilha ("casinhas"), que se proponha a representar a vida de um missionário transcultural, desde seu chamado e preparo, atravessando seu serviço em campo e indo até o momento de sua aposentadoria? Pois é o que se proprõe no jogo Trilha Missionária, que criamos em comemoração aos dez anos de nosso blog Veredas Missionárias.

O Jogo é voltado para o público jovem e adulto, para uso por famílias, igrejas e grupos de amigos (mas é possível utilizá-lo com crianças, sendo necessário um adulto para explicar-lhes alguns dos conceitos e informações contidos no jogo).

Disponibilizamos o Jogo em dois tamanhos:

Formato A4: Duas folhas que você imprime em sua casa e cola uma na outra, para formar o jogo.

Formato A3: Tamanho maior, o jogo numa única “folha”. A impressão só é possível em grandes impressoras ou em gráficas. Uma dica: Existem gráficas “online”, nas quais você envia o arquivo e recebe, em sua casa, o material já impresso. Há diversos preços no mercado; mas, através de uma busca no Google, você poderá obter preços de até R$ 5,00 por impressão de uma folha ou poster A3. Para maiores quantidades, é possível conseguir preços melhores.
Algumas dessas maiores “casas de xérox” que encontramos em muitas cidades, em geral possuem impressoras capazes de imprimir direto em A3. Procure em sua cidade.

Para baixar o arquivo no formato A4, CLIQUE AQUI.

Para baixar o arquivo no formato A3, CLIQUE AQUI.

Este material pode ser redistribuído livremente, mas sua comercialização é proibida. Convidamos ainda você a divulgar este material entre seus amigos e irmãos, e em sites e redes sociais etc.

Caso não consiga realizar o download, solicite o envio do arquivo por e-mail (informe o tamanho desejado), escrevendo para:  sreachers@gmail.com

quinta-feira, junho 01, 2017

Dois poemas de Gerardo Oberman


Te esperamos

                                              Tradução de Sammis Reachers

Vem, te esperamos,
Deus dos processos que escandalizam,
Deus das chegadas surpreendentes,
Deus dos lugares inesperados
E das formas inapropriadas,
Deus que se faz como um de nós
que te apoias às nossas fragilidades,
que te reconcilias à con-vivência,
com quem somos barro e sonhos,
dor que dói profunda
e esperanças que não deixam de latir

Vem, te esperamos,
nascendo ali onde poucas pessoas te buscam,
onde só as gentes humildes podem encontrar-te,
abraçado pelo amor dos pobres e dos
desprezados,
abraçado pela sensibilidade dos nadas,
perfumado pelo aroma do pão que se sabe
compartilhar
e que se faz festa solidária,
hóspede refugiado ali onde a única fronteira
é a de Tua graça sem fronteiras.

Vem, te esperamos,
anunciando salvações possíveis,
abrindo sulcos em direção à paz com justiça,
marcando o ritmo e apontando aquele horizonte
de luz
onde as armas são arados e os meninos e as meninas
folgam,
onde ninguém calça botas e não há tiranos,
onde nenhuma pessoa julga nem fere nem mata a
seus próximos,
onde a alegria é verdadeira
porque não há opressão nem existem as escravidões,
onde a criação inteira alcançará sua aguardada
plenitude.

Vem, Jesus, te esperamos.


Tempo de tirar as máscaras

Não corra mais, não te escondas,
Não deixes que te insultem
Nem que te acusem nem que te magoem
Com suas palavras ofensivas e suas piadas imundas.

É tempo de tirar as máscaras
E de ver quem é quem.
Não temas, mulher, que o teu pecado
Não desculpa os outros pecados
Nem dá direito ao julgamento
Aqueles que se escondem em aparências
De Misericórdia, de bondade,
De cumprimento da lei,
De perfeita santidade,
De generosidade e até de decência.

Aqueles que te trazem aos pés de Jesus
Dizem ter encontrado amando,
Talvez a quem não devia,
Sem dúvidas fora da lei da época.
Mas ignoram que seu dedo acusador,
O veneno das suas línguas afiadas,
E as pedras que carregam em suas mãos
Ou que escondem em seus bolsos,
Não podem enganar o coração do mestre.

De repente, diante de um olhar e uma pergunta simples,
Os argumentos condenatórios desmoronam-se,
A armadilha se desmascara
E um a um, começam a ir embora
Aqueles que se acham donos da verdade,
Aqueles que sem misericórdia
E procurando justificar-se,
Queriam dar uma rasteira
No Projeto de Deus.

Levanta a vista, mulher,
Põe-te em pé, deixa o chão da vergonha
Em que te jogaram com desprezo
E recupera a dignidade que quiseram tirar
Aqueles covardes de meias verdades.

Jesus não condena...
Jesus abraça, perdoa,
Restaura, anima, ensina,
Dignifica!

O teu regresso à vida cotidiana, mulher,
Será um permanente lembrete
Para aqueles que te trouxeram, primeiro,
E depois te deram as costas,
Da necessidade de rever a própria vida.
E será, por todos os tempos,
Um sinal de esperança
Para todas as pessoas caluniadas
Por ódios discriminadores,
Desumanizadas por leis cruéis,
Estigmatizadas por sua raça, sua condição social,
Sua religiosidade ou sua vida sexual;
Será um sinal luminoso
Para as pessoas jogadas no chão do desprezo,
Pisada na sua fragilidade,
Vítimas de regimes opressores
E de uma religiosidade que se esvaziou de Deus.

Levanta-te, mulher,
Já não há pedras,
Só um caminho novo por descobrir
E muita luz
No Horizonte de tua vida restaurada.

À Luz de João 8:1-12




O argentino Gerardo Oberman é pastor, escritor e poeta. Seu livro de poesias (em espanhol) Barro y Cyelo (CHILE: Hebel Edicones, 2017) pode ser baixado gratuitamente AQUI.


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