sexta-feira, fevereiro 28, 2014

Dois poemas de Julia Lemos




LITANIA

Trago dentro de mim
uma oração como uma litania.
Pai, não trago palavras fáceis,
em vão se amontoam os pedidos,
coisas. Não era isto que eu queria
mas a ternura. 

Hoje o céu está como que de chumbo,
vertigem dos joelhos
terem subido de repente. 

Guardo em mim a ânsia
da terra que me foi prometida.
-Não eram os frutos
maiores aqueles
trazidos pelos espias? 

Pai, não vim aqui
fazer orações compridas.
Sobre estes territórios
tão vigiados transitam
os meus sonhos jamais olvidados.



UM OLHAR INEXTINGUÍVEL

Deus se amplia,
além do meu espaço,
meu gueto, meus guias.
Ele vai muito além
de meus esquadros,
usando régua e compasso
que desconheço.

Na matemática simples do dia,
enquanto ainda estou no começo,
Ele está lá no futuro
realizando promessas,
que mais próximas do meu
passado já se encontram.

Para melhor entende-lo,
serve-me de espelho
a física quântica.
Por isto, minha palavra
traz à existência o que não existe,
e, como as águas, símbolo do seu Espírito,
vou perfurando fendas na Rocha sobre
o precipício.

Olho para Deus
vendo-o criar mundos dentro de outros mundos,
e a mover-se na velocidade de uma luz
que neste momento já extinguiu tantas estrelas.


segunda-feira, fevereiro 24, 2014

Mãos de Jesus, um poema de Waldir José da Silva



Mãos de Jesus

Contarei, meus irmãos, a história das mãos
que foram cravadas com ódio e furor.
Eram mãos tão queridas, mas foram feridas
por homens cruéis que mataram o Senhor.

Essas mãos estendidas curavam feridas,
davam vistas aos cegos, curavam a dor.
Eram mãos milagrosas e tão caridosas,
emanando graça, virtude e amor

Essas mãos de poder revelavam saber
mostravam o caminho brilhante de luz.
Tinham tanto valor, eram as mãos do Senhor,
conduzindo ao Calvário sua própria cruz.

Essas mãos consagradas com cravos furadas
formavam na cruz o emblema do amor.
Foi por nosso pecado que ali pendurado
de mãos estendidas morreu meu Senhor.

Santas mãos de Jesus espalmadas na cruz,
acenavam ao mundo a paz e o amor.
Mãos que apontavam o céu quando rasgou-se o véu.

E subiu para a glória o nosso Salvador.

No livro Antologia de Poetas Evangélicos (Ultimato, 2014)

segunda-feira, fevereiro 17, 2014

Crente Celular e mais poemas do Pr. Alvacir B. Menezes



CRENTE CELULAR

Reúne as mais atuais das tecnologias,
Até o culto da vigília tende atrapalhar.
No seu coração atalha a pálida agonia,
Pelo que fazia, impedia Deus de atuar.

Em seus dias prefere ficar fora de área,
Estando clara a sua péssima comunhão.
Sem produção espiritual na santa seara,
Por sua vida precária faltando salvação.

Tendo a locução por demais imprecisa,
Sempre improvisa na própria adoração.
A sua apresentação a ninguém suaviza,
Deixando a devida dúvida entre irmãos.

Ao ser recrutado pra nobres atividades,
Usa na realidade sua imprópria aptidão.
Pois seu coração tem falta hombridade,
Por não ter autoridade pra fazer missão.

No tempo fica impróprio pra ser usado,
Sendo abandonado por estar sem valor.
No ardor de sua vida preferiu o pecado,
Deixando rejeitada, a glória do Senhor.
  
Na vida foi grandemente manipulado,
Sempre deixado distante da salvação.
Sem aprovação para viver abençoado,
Seguiu obstinado falando dos irmãos.

O imenso amor de Deus foi primeiro,
Para nos fazer herdeiros do novo lar.
Foi preciso doar-se de corpo inteiro,
Amando o desordeiro, crente celular.

Reúne as mais atuais das tecnologias,
Até o culto da vigília tende atrapalhar.
No seu coração atalha a pálida agonia,
Pelo que fazia, impedia Deus de atuar.

Em seus dias prefere ficar fora de área,
Estando clara a sua péssima comunhão.
Sem produção espiritual na santa seara,
Por sua vida precária faltando salvação.

Tendo a locução por demais imprecisa,
Sempre improvisa na própria adoração.
A sua apresentação a ninguém suaviza,
Deixando a devida dúvida entre irmãos.

Ao ser recrutado pra nobres atividades,
Usa na realidade sua imprópria aptidão.
Pois seu coração tem falta hombridade,
Por não ter autoridade pra fazer missão.

No tempo fica impróprio pra ser usado,
Sendo abandonado por estar sem valor.
No ardor de sua vida preferiu o pecado,
Deixando rejeitada, a glória do Senhor.

Na vida foi grandemente manipulado,
Sempre deixado distante da salvação.
Sem aprovação para viver abençoado,
Seguiu obstinado falando dos irmãos.

O imenso amor de Deus foi primeiro,
Para nos fazer herdeiros do novo lar.
Foi preciso doar-se de corpo inteiro,

Amando o desordeiro, crente celular.


LAMENTO DO MOÇO

Debaixo de uma cansada mangueira,
Esteve o moço por uma noite inteira,
Tendo o coração casado de lamentar.
Estava cercado por precioso orvalho,
Que alimentava o frondoso carvalho,
Ouvindo o balbuciar do seu coração.

Ao proferir as palavras aquele moço,
Seu coração com um grande esforço,
Ousou corajosamente lhe confessar.
Estou sofrendo grandemente contigo,
Já estou passando por grande perigo,
Estou correndo o sério risco de parar.

Diante de uma simples serena aragem,
Ao refletir sobre a sua pobre bagagem,
Repleta das mais perigosas aventuras.
Respondeu então aquele pobre rapaz:
Minha vida está muito sedenta de paz,
Cansada de viver as suas desventuras.

Minha vida é singela sem esperanças,
Tenho com este mundo uma aliança,
Pra sempre viver na prática do pecar.
Na viva não passo de um moribundo,
Perambulando como um vagabundo,
A procura de mão amiga pra segurar.

Estou na vida a viver longe de Cristo,
Com passaporte totalmente sem visto,
Sem condição de fazer meu regressar.
Sei que preciso ter maior obediência,
Também deixar o conceito da ciência,
Para estar de volta ao meu preciso lar.

Envolvido pelo sério manto da noite,
Passou a refletir nos terríveis açoites,
Lhe fez lembrar o preço pago na cruz.
Voltou a ouvir o seu cansado coração,
Debruçado no sussurro de tal emoção,
Ao receber a graça salvadora de Jesus.

Cristo morreu como simples cordeiro,
Amando este mundo o tempo inteiro,
Trazendo grandiosa paz aos corações.
Teve as mãos pregadas num madeiro,
Derramando o seu sangue verdadeiro,
Cumprindo assim a sua árdua missão.

Despertando de um novo dia previsto,
Este moço entregou sua vida a Cristo,
Carimbando seu passaporte para Sião.
Voltou ter grande alegria na sua vida,
Sua tristeza reprovada e interrompida,
Efeitos da divina e suprema redenção.

Amigo! Hoje peço a você que escute,
Quero que da palavra tenha desfrute,
Recebendo a Jesus Cristo no coração.
Abandonando sua vida de melancolia,
Prevendo uma nova vida naquele dia,
Aquele dia da total gloriosa redenção.

Ao chegar naquela eternal Jerusalém,
Quero conhecer a sua grande história,
Escrita no majestoso livro do Senhor.
Vou também conhecer sua influencia,
No viver daquele pobre sem essência,
Que alcançou vital graça do Salvador.


O Pr. Alvacir B. Menezes é autor do livro Frutos

quinta-feira, fevereiro 13, 2014

Um poema de Claudio Tapajós



Pensamento
   
Pensamento,
Tome forma, tome intento, tome voto.
Tome tempo e modo.

Traga os céus consigo,
E com ele sua bandeira.
Mova então o meu sorriso,
Pois na vida, o que preciso
Não é ver o paraíso,
Mas Tua Glória por inteira.

Muito mais que um sentimento,
Mais que tudo um pensamento,
Meu presságio sem tormento
Viva agora seu momento,
Já que todo o sofrimento,
Nada mais que um tratamento,
Já aguarda encerramento.

E ao pensar me torno alheio,
Penso nEle, não em mim.
Quando nada é devaneio,
Seu amor se faz esteio,
Do início até o fim.

Pensamento? sim. Memórias?
Só do tempo em que passei
A pensar corretamente,
A plantar eventualmente,
Mas viver de corpo e mente,
Cristo em mim intensamente.

domingo, fevereiro 09, 2014

No tempo da poesia, novo livro de Pedro Marcos Pereira Lima



Em evento a realizar-se no próximo dia 15 deste mês (a partir das 19h30), o poeta Pedro Marcos Pereira Lima fará o lançamento de seu segundo livro, No tempo da poesia (Editora Scortecci), na IGREJA METODISTA DO BELÉM - Rua Passarola, 62, São Paulo - SP (Próximo ao Sesc Belenzinho ou Cemitério Quarta Parada - Entrando na Av. Álvaro Ramos, entrar na Rua João Batista de Lacerda, segunda à esquerda é a Rua Passarola em frente ao Clube Leão do Norte).

Encontrei em Pedro Marcos Pereira Lima um poeta verdadeiro, no sentido de não simplesmente afeito, mas envenenado pelas palavras, um cúmplice, um conquistado, um soldado a seu serviço.

No Tempo da Poesia é um livro metapoético, onde as palavras retroalimentam-se, livremente contraindo(-se) e expandindo sua vida, vida normalmente tão limitada pela literatura cotidiana, da jornalística até a (falsamente) poética. Expansão e contração, numa poesia que é como uma estrela pulsar, superdensa, cujo enorme campo magnético atraifatalmente as sensibilidades. Vivências transfeitas em (pa)lavras, em ranhuras tecidas na superfície maior do Verso: novos signos prenhes de poder significante, impressos sobre seu mar de possibilidades.

As reminiscências, o social, o transcendente, unem-se harmonicamente na poesia de PMPL, consubstanciando uma voz singular, que vem enriquecer nossas Letras. 

Sammis Reachers


O livro pode desde já ser adquirido pelo site da livraria virtual Asabeça, CLICANDO AQUI.

quarta-feira, fevereiro 05, 2014

Ensina-me, ó Mestre - Um poema de Sonia Lodiferle



Ensina-me, ó Mestre

Eu vejo tudo à volta escurecendo...
densas nuvens cobrindo o firmamento.
No mar da vida ondas vão se erguendo.
Grande temor me agita o pensamento.

Tal qual pequeno barco perecendo,
assim, Senhor, sou eu nesse momento.
Vem socorrer-me agora, vem correndo!
Ouve depressa a voz do meu lamento.

Bem podes ver o aflito coração.
Vem estender-me, pois, a tua mão
ensinando-me a ser como Tu és.

Fala às ondas que querem me afogar.
E ensina-me, ó Mestre, a caminhar
tendo as águas debaixo dos meus pés.
Leia mais poemas da autora no Recanto das Letras, clicando aqui.

sábado, fevereiro 01, 2014

Antologia de Poetas Evangélicos, lançamento da Editora Ultimato



Abarcando um largo espectro de quase cem autores evangélicos, desde o nosso provável primeiro poeta, Antônio José dos Santos Neves, passando por quase todos os grandes nomes pretéritos de nossa poesia, e apresentando pequenas mas enriquecedoras notas biográficas sobre os autores, esta obra firma-se desde já como referência em nossas letras.

O formato pouco usual, embora agradável (17,5 X 17,5, ou seja, quadrado), faz coro com a boa seleção de poemas (um por autor), garantia de agradáveis e edificantes momentos de leitura.

Fruto do trabalho diligente de trinta anos do autor, o Pr. Ebenézer Soares Ferreira, um entusiasta e admirador da poesia, agora tomando corpo graças à largueza de visão da Ultimato, que presenteia os quase órfãos & combalidos leitores de poesia evangélica (principalmente impressa) com esta obra.

Toda antologia apresenta lacunas. É sina universal e inescapável, e como antologista, sou o primeiro a reconhecê-lo. Dos antigos, senti falta maior do pastor (também batista, como 90% dos autores presentes, outro fato assaz singular) Alfredo Mignac, e talvez de uma Rosa Jurandir Braz, dentre os muitos não-batistas esquecidos. Dos ‘novos’, infelizmente é grande o hiato. Nomes relevantes da atual poesia evangélica (que ocorre hoje, tanto como a secular, fundamentalmente ‘online’) acabaram ignorados, em detrimento de outros de pouca relevância poética e operosidade nos meios literários, talvez mesmo poetas de ocasião ou pior, de um único verso. Embora esses sejam três ou quatro. Mas saiba o leitor que fatos tais são de relativa praxe em obras de grande fôlego como a APE (e cujo maior foco são os poetas de antanho), o que pode sempre ser corrigido numa eventual segunda edição, tendo talvez passado despercebido aos bastante ocupados editores.

De toda forma, temos uma obra de referência, um agregado de valores que faziam e fazem jus ao resgate de suas produções, e que fazem-se presentes neste livro de fugaz beleza e qualidade, sendo imprescindível nas estantes de poetas, escritores e dos leitores em geral, sejam apreciadores da poesia, sejam interessados na história da literatura evangélica nacional.


Parabenizamos o organizador por tão oportuna obra, bem como a Editora Ultimato pela coragem e visão em investir em poesia, quando muitas editoras, mesmo as denominacionais, deixaram há muito de fazê-lo, para decréscimo da literatura evangélica.

O livro pode ser adquirido no site da editora, neste link: http://www.ultimato.com.br/loja/produtos/antologia-de-poetas-evangelicos

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