sábado, julho 28, 2012

Um texto de José Roberto Prado


Canção do Exílio
Há algumas horas voltei de um encontro.
Atravessei a cidade.
Retornei ao lugar em que cresci, casei, vi meus filhos chegarem…
No encontro conversamos sobre a ‘síndrome do exílio’,
essa estranha impressão que, sem pedir licença,
invade nosso peito e tenta convencer-nos de que ‘não somos daqui’,
que precisamos sempre de ’um algo mais’.
Essa ‘incompletude’ insistente argumenta que é preciso voltar.
Mas, voltar pra onde…
Se o que sinto é uma saudade de um lugar que não conheço?!
Solidão.
Durante nossa conversa, percebi que todos nós, nascidos ‘fora do jardim’, ansiamos por um reencontro.
Ficou latente que nossa busca mais radical não é por um lugar, uma terra ou uma casa no campo.
Temos sede é de ‘humanidade’, de comunidade, de intimidade,
de justiça, de paz, de amizade,
de perdão.
Mas nem sempre é assim.
Na maior parte do tempo estamos mesmo é envoltos em uma densa névoa
correndo agitados de um lado para o outro,
entorpecidos pelas reuniões, congestionamentos, SMSs’ e redes sociais.
Deixaremos pra trás o que nos prende nesse exílio?
Medos, desejos, racionalizações… sonhos, projetos.
Ilusão.
Teremos nós a humilde coragem de olhar novamente nos olhos dAquele a quem ferimos em nossa inconsequente partida?
Ele, que ‘abriu espaço’ ao nos criar e que soprou ‘em nós’ seu próprio fôlego de vida!
Ele, que despiu-se totalmente ao encarnar voluntariamente nosso exílio?
Ele, que pacientemente caminha ao nosso lado nos nossos mais escuros desertos…
Ele, que nos fez pra si e que em nenhum momento deixou de nos amar?
Paixão.
Ele, que é todo amor, convida-nos a voltar.
Voltar nossos olhos pra cima; voltar a nos olhar de frente.
Voltar nossa face àqueles que estão ao nosso lado… e que precisam de nós.
Ultrapassar os limites de nosso ‘pequeno mundo’,
Superar nossas grandes pequenas dores,
Converter-nos ao amor, à fé e a esperança,
E encontrar os muitos outros ‘partidos’, falidos, sós… que nos completam!
Vocação.
Voltei pra casa. Não a definitiva…
Tenho ainda muitas perguntas, é verdade. Mas carrego uma grande certeza:
Nada é mais inteiro do que um coração partido… Re-partido.
Visite a página do autor: http://www.teleios.com.br

quarta-feira, julho 25, 2012

Poemas da Guerra de Inverno novo livro de Sammis Reachers para download



Desde a minha mais tenra infância, a Segunda Guerra Mundial foi o evento histórico que mais me fascinou e, como tal, eu lia e via tudo a respeito. Há algum tempo, tomei a resolução de elaborar uma pequenina antologia de poemas sobre a Segunda Guerra, da lavra de significativos poetas de todo o globo, com a condição de terem sido contemporâneos ao conflito. Ainda que trabalhos correlatos existam em inglês, não são nem um pouco comuns em nosso idioma, e minha ideia é sempre, para usar uma expressão tão marcial, franquear tudo gratuitamente na internet, publicando em formato de e-book.

Ideia puxa ideia, e acabei escrevendo, há algum tempo, uma série de três poemas sobre a Segunda Guerra (A Neve/O Trigo /A Náusea). Pretendia publicá-los com notas explicativas (necessárias para aqueles que desconhecem detalhes do conflito, para facultar a plena compreensão dos fatos citados nos textos) em algum blog. E por fim, pensando em tais notas, me veio a ideia de escrever mais alguns textos assim, ambientados seja na 2° Guerra, seja também em outras guerras ou regiões/períodos conflagrados. E numa mesma semana vieram uns 7 ou 8 poemas... E assim foram emergindo. Somando-se a alguns outros, mais antigos, mas de temática ou roupagem de fundo bélica, eis aqui formado este estranho libreto de poesias tristes...

Os poemas aqui reunidos foram escritos sob a égide existencialista, à sombra ou estranha luz de uma profunda percepção da Queda, e a angústia inolvidável que a condição humana (angústia que numa guerra é holisticamente potencializada ao seu nível máximo – e eis daí meu interesse na guerra máxima) influi em cada uma de suas partes, cada um de nós. Tudo é vaidade, diz o Eclesiastes, tudo é dor, diz Schopenhauer: Cristo é Tudo por ser a única coisa anti-dor que jamais existiu em nossa Realidade pós-Queda - do Absurdo o escape, Porta e Única Porta para devolver ao homem/Universo o estado de Graça primordial.

O pano de fundo aqui, como dito, é a Guerra, diluída narrativamente em diversas (no tempo e no espaço) guerras já travadas; a grande maioria dos poemas fala na primeira pessoa, e a persona é o soldado, ou melhor, o soldado-vítima, pois o que combate em meio a tanta dor, retroalimentando-a, é ele próprio as primícias das vítimas do caos. Um dos títulos para esta pequena série de poemas seria mesmo Poemas de Soldados Mortos, mas declinei, pois nem todos conseguem aqui escapar pela morte. Datas e locais foram afixados na maioria dos poemas; mas fora os três primeiros textos que abrem o livro, evitei estender-me em notas explicativas sobre os demais. Sei que seriam necessárias. Mas afinal este é um livro eletrônico, e tem-se sempre ao alcance dos dedos a Wikipédia, e tudo o mais que o Google pode oferecer.

Dividi o livro em duas partes, Omnia Funera (‘Todas as Mortes’), com os poemas ambientados na Segunda Guerra; e Omnia Fragmenta (‘Todos os Fragmentos’), com os demais textos. Nestes, estamos num momento encurralados em Diu, a fortaleza portuguesa encravada durante séculos na Índia; somos em seguida um samurai ferido numa fortaleza em chamas do Japão feudal, absorto entre ser ou não ser; caímos numa estrebaria imunda na imunda Guerra do Paraguai, ou escapamos do Vietnã durante a Queda de Saigon (ou a Libertação, pois como qualquer poema, depende tudo do coração de quem lê); somos um cão humano marchando para a corte de Luís XVI, ou um soldado solitário de Esparta a profetizar sobre coisas que desconhece... 

Leia o livro online, clicando AQUI.

Para baixar o livro em formato PDF, clique AQUI.

sexta-feira, julho 20, 2012

Um poema de Lucas Fonseca Costa




Em meu coração

Guarde-a, SENHOR, em Teus pensamentos.
Guarde-a, SENHOR, em Tuas poderosas mãos.
Como a um tesouro imensurável, como a doce presença.

Como a doce presença, que tanto me encanta e tanto me alegra,
Como a um tesouro imensurável,
Dado a mim,
SENHOR, por Ti.

Como a um presente gracioso,
Como ao tesouro precioso,
Tão importante!,
Que com tamanha esperança
Guardei,
SENHOR,
Em meu coração.

Pelo Amor que Tu ensinastes
Que tudo espera,
Que tudo sofre,
Que tudo crê.

Que a ama, SENHOR,
Com um coração dado por Ti.

sexta-feira, julho 13, 2012

Extensão dos Lábios, novo livro do poeta Rui Miguel Duarte



Depois de Muta uox e Subida (ambos de 2011), eis que o poeta evangélico lusitano Rui Miguel Duarte acaba de nos brindar com seu novo livro,  Extensão dos Lábios, agora em formato de e-book, franqueando aos leitores a leitura online ou o download gratuito do mesmo. 

A riqueza imagética e reflexiva da poesia de Rui, sua habilidade de transitar com leveza das temáticas cristãs às clássicas, passando pela poesia do cotidiano, somadas ao seu perfeito domínio das linguagens vernacular e poiética, estão aqui regiamente representadas, nas 67 páginas deste livro, que tivemos o prazer de editar.

Como diz o poeta J.T.Parreira no prefácio da obra, "A extensão dos lábios é, de um modo simbólico – neste novo livro de Rui Miguel Duarte - uma disposição para abarcar vários referentes, para falar várias linguagens poéticas. Com efeito, a linguagem poética do autor, estende-se a diversos territórios, cujos registos narrativos da sua poesia podem tanger vários continentes."

Você pode baixar o e-book clicando AQUI.

E para ler o livro online, basta clicar AQUI.

terça-feira, julho 10, 2012

A poesia da mística e a mística da poesia



A poesia da mística e a mística da poesia, é um excelente artigo de Vinicius Mariano de Carvalho publicado originalmente na revista Horizonte, editada pela PUC Minas Gerais. Um agradável alimento teórico para os poetas e leitores deste blog.


Resumo 
Este texto apresenta algumas reflexões sobre os elementos poéticos presentes no discurso místico, ressaltando quais as características fundamentais desses textos, desde um ponto de vista da poesia. Ao fazer isso, o texto também pergunta quais seriam os elementos místicos da poesia. Se se pode falar de uma poética da mística, poder-se-ia também considerar uma mística da poética? Considerando-se que o discurso místico é resultado de uma experiência com o sagrado, haveria uma experiência transcendente também expressa na poesia considerada profana? O procedimento adotado para a depreensão dessa poética da mística é a análise literária de alguns poemas da tradição mística, de um salmo bíblico e de um texto de um poeta não comprometido com uma tradição religiosa específica. O resultado da análise é percebido como uma possível poética da mística. Por outro lado, o aspecto transgressor da linguagem presente na poesia é apontado como sendo expressão da mística da poesia. 

Para baixar o texto ou ler online, CLIQUE AQUI.

quinta-feira, julho 05, 2012

Dois poemas e um vídeo de Abdias Campos



A PALAVRA

Esta Palavra de expressão maior
Que traz à tona toda autoridade
Que se apresenta com força e poder
É a Palavra do Deus da verdade

Esta Palavra que alumia os olhos
Do entendimento de quem se deixar
Ser conduzido pelos seus ensinos
É a Palavra que o transformará

Esta Palavra perfeita, infinita
Que está escrita na Bíblia Sagrada
É a Palavra do Consolador
Que deve estar no cristão, guardada

Oh! Que Palavra que lavra na gente
Boa semente de luz e de fé
Esta Palavra em nós certamente
É o pão vivo que nos põe de pé.



O Crente e o Descrente (trecho/cordel)

crente acredita
Tem convicção
Tem certeza que
Sua salvação
Se concretizou
Na ressurreição
descrente não
Não crê desse jeito
Sabe formular
Seu próprio conceito
Por um tempo até
Acha-se perfeito
crente tem feito
Tudo pra agradar
Ao Senhor Jesus
Quer testemunhar
Ora, lê a Bíblia
Sem questionar
descrente dá
Maior atenção
A riqueza física
Que ele tem a mão
Como o bom tesouro
Do seu coração
Fazer oração
Pra quem o persegue
É dessa maneira
Que o crente segue
Fiel à palavra
Que lhe é entregue
No máximo consegue
descrente crer
Em dar o perdão
A quem lhe ofender
Se houver interesse
Em nada perder
(... ... ...)
Leia o cordel completo clicando AQUI.



Abdias Campos é poeta, músico e cordelista. Visite o site do autor, o Balaio Cristão - http://www.balaiocristao.com.br

domingo, julho 01, 2012

Lira dos Quarenta Anos - Novo livro do poeta Antonio Costta

No dia  no dia 16 de junho de 2012, na Câmara Municipal de Pilar/PB, foi feito o lançamento do 5º  livro de poesias do nobre bardo evangélico, nosso amigo Antônio Costta, a sua Lira dos Quarenta Anos.


Abaixo, texto que escrevemos a propósito da apresentação do livro:

Depois de quatro livros de poesia, o nobre vate de Pilar e Itabaiana, já senhor de sua maturidade poética, chega com esta Lira ao que eu chamaria de intermezzo de vida e obra: quarenta anos de vida, vinte e dois deles dedicado ao amor à ars poetica. E intermezzo também de sua obra, pois como leitor e editor de poesia, espero que seja este um fulgor a mais no lábaro deste autor cuja virtuosa lira muito ainda tem a oferecer à literatura brasileira.
A simplicidade vivificante com que Antonio executa a invenção máxima de Petrarca, Il sonetto, é sempre adorável. São momentos de reflexões, de vivências e anseios, sonhos e pesares esculpidos em versos singelos, ternos em sua sinceridade, em seu amor cristão, que o leitor encontrará, dispostos nas páginas melodiosas desta nobre Lira. 

Antonio mantém diversos blogs, entre os quais:

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