terça-feira, abril 26, 2011

Dois poemas de Luciana Rodrigues



Entrega


Se eu quiser me aproximar de Deus
posso ir mesmo cega,
posso ir enferma, possessa,
posso ir magoada
posso ir aleijada
posso ir pecadora, imperfeita
posso ir desesperada
posso ir em angústia, sofrendo
posso ir gritando, gemendo
posso ir extremamente doente
posso ir descontente
posso ir amargurada, ressentida
posso ir decepcionada
posso ir louca, falida
posso ir soluçando
posso ir rastejando
posso ir ajoelhada
Posso até não dizer nada...
eu só não posso mesmo ir,
se a intenção for só pedir,
sem minh'alma, por fim,
ter intenção de entregar.




Sede


Sede.
Abstinência.
Lábios secos, cansaço.
Dificuldade de pensar, discernir.
Dor na garganta, incômodo ao falar.
Comprometimento do bom funcionamento do corpo.
Desconforto.
Necessidade de alívio.
Alma angustiada.
Incertezas, tremores por dentro.
Ressentimentos, mágoas profundas, amargura no olhar e na vida.
Cicatrizes abertas, feridas...
Mas sede tem cura!
Para o corpo: água,
Para a alma: água viva!
Que purifica, pacifica, liberta,
acalma, renova e anima.


“ E quem tem sede, venha; e quem quiser,
tome de graça da água da vida.”
Apocalipse 22: 17b

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http://tende-animo.blogspot.com
http://bloglurodrigues.blogspot.com/

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