sexta-feira, junho 29, 2007

Dois poemas de Glicério Montes

LIVRE COMO AS AVES

Quando me remiste, me tornaste, ó Deus fiel,
livre como as aves que revoam pelo céu.
Tudo o que preciso, basta apenas eu clamar.
Nutres as gaivotas que voejam sobre o mar.

Senhor, como eu amo a tua Lei!
Mas sou fraco, ó Deus bendito, me valei!

E um dia, então,
a imensidão
do céu azul eu vou transpor;
e, nesse lar
tão singular,
então verei meu Redentor.

Não quero, enfim,
só para mim
a doce paz que há no meu ser.
Vou partilhar
o amor sem-par
que me conforta e faz vencer.


NÃO TEMAS

Não temas a força do vento,
tampouco essas ondas tamanhas.
Deus diz: eu te guardo e sustento;
tem fé, que ela move montanhas.

Crê, pois, que a resposta não tarda.
Deus nunca deixou de te amar.
A fé como um grão de mostarda
transplanta amoreiras no mar.

Não chores, Deus diz com carinho,
que em mim tens abrigo e esperança.
Jamais vou deixar-te sozinho!
Vem, deita em meu colo, e descansa!

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terça-feira, junho 26, 2007

Um poema para um pai, um poema para uma mãe

PAI

Eu quisera vencer o firmamento
e penetrar nos céus, na eternidade,
para dizer-te, ó pai, nesse momento,
a amargura que sinto, que me invade!

Quisera ter de Deus consentimento
para transpor o espaço, a imensidade,
e contar-te da mágoa e do tormento
de um coração que chora de saudade.

Pois quando tu partiste deste mundo,
meu sofrimento se tornou profundo,
que a minha vida consumindo vai...

Porém, nos vendavais dos empecilhos,
que eu possa palmilhar os mesmos trilhos,
que nesta vida palmilhaste, pai!

Filemon Francisco Martins
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A MÃE

Para MJP

Poucas letras sabe, as pérolas
são o filho, a filha, os netos
toda a filosofia
não é mais do que seus dedos
quando tínhamos tão frágeis
os cabelos
a sua geografia é pouca
é a beira
do sol no Alentejo
poucas letras sabe
de história, só como foi
tão dura a vida
e da arte pouco ou nada
jamais soube da orelha
cortada de Van Gogh
conhece Deus
e esse saber é o bastante
para nos trazer a vida iluminada.

João Tomaz Parreira
www.papeisnagaveta.blogspot.com.

quinta-feira, junho 21, 2007

Dois poemas de Joanyr de Oliveira


Do livro "Canção ao Filho do Homem", disponível na CPAD: www.cpad.com.br.


A estrela

A estrela macia vai flutuando
na vereda do céu, sobre o Oriente.
(Suas pontas de luz cantam na Altura,
seguem beijando a Terra.)
Vai de longe, do fundo do Universo,
rumo à vera humildade de Belém.

A estrela executa o seu ofício
de nobreza sem par,
afagando o bercinho improvisado
onde o bom Criador fez-se criatura.
Um corpo se constrói para o martírio
prestes a desabar sobre o madeiro.

A estrela se limita ao puro e excelso
que envolve o divo rosto do menino.
Ela não tem olhar nem pensamento
para o cantar do galo contra Pedro,
para o pesado sono dos discípulos,
para o vindouro sangue no Calvário.

A estrela só conhece a calma fronte
e o riso iluminado do pequeno
de amor inalcançável,
maior que o infinito,
pronto a envolver o coração escuro
na mais soturna vila deste mundo.

A estrela pisca alegre
e reflete o amor do Deus-menino.
Quanta ternura alcança o seu mister,
enquanto a Luz, no mundo acorrentado
na transgressão, atravessa o silêncio
e os abismos da Morte.

A estrela sussurra, amiga e leda,
maduros vaticínios de Isaías,
anúncios joaninos no deserto.
E Cristo a emergir de um manto infindo,
da manjedoura abençoa os que na Terra
a sede afogarão na Fonte Eterna.


Ao irmão sem terra

Ao Josué Sylvestre

Sei que não inculpas a Deus
pelo escuro abismo em tuas mãos.
A terra foi dada aos homens
- e o Senhor os bendiz e afaga
os generosos. E abomina
os que dobram os joelhos aos grãos
antes de semeá-los.

Pelos profetas e pelo Espírito
- em jubileus e anos sabáticos –
Deus pontificou a Israel
que a miséria é filha da injustiça
e o riso dos erguidos do pó,
a alegria dos frutos, dos molhos,
das corolas e semeaduras
fluem em rios de águas vivas
do coração do Altíssimo.

Os que usurpadores saltaram
sobre as ricas dádivas de Deus
- e as bodas dos pobres condenam
a mastigar as entranhas dos ventos –
são anátema. (Anátema! Anátema!)
Os que, enganosos, entronizam
seus tesouros em alturas maiores
que a do trono do Todo-poderoso
vão roer as vísceras do Dragão.
E como cães rasgarão nos dentes
as próprias orelhas mutiladas.

Meu irmão, que o pranto de teus filhos
e a dor do suor de teu rosto
jamais te coloquem nas antípodas
o inocente rosto de teu Deus.
O Senhor te apagará os gemidos
- e com pontas de fogo já marcou
os artesãos da injustiça.
O Deus de amor, certamente,
julgará os vivos e os mortos.

segunda-feira, junho 18, 2007

Poemetos da Raquel

Mostarda
Olhando para dentro de nós próprios,
podemos ver pouco,
mas Deus vê muito

Fermento
Olhando para o que somos, nada vemos
que possa crescer,
mas N'Ele atingimos o Céu

Tesouro Escondido
Procurando ao redor nada nos poderá preencher
Mas procurando N'Ele
encontramos o Tesouro escondido

Pérola
Sentindo a dor, vemos sofrimento
mas Ele no Teu coração sente beleza
e te molda para a perfeição

Rede
Onde se sente uma rede que prende
da Sua pesca nasce a liberdade
da Sua escolha surge o certo
da Sua mão brota segurança.

Mateus 13:31-48

Visite: www.luzintemporal.blogspot.com.

quinta-feira, junho 14, 2007

Um poema de Jonathas Braga


Era uma Biblia muito antiga,de letras bem graúdas,
Bíblia antiga que minha mãe usava há muitos anos.

Era a Biblia talvez melhor do mundo que jamais pude ver;
Naquela Bíblia todo o dia,
a minha velha mãe, lia e relia,
aquilo que me havia de dizer:
"Para que eu não pecasse,
e pelo mau caminho não andasse,
para eu não perecer."

Aquela Biblia antiga, era um tesouro.
Um verdadeiro manancial de vida que para minha mãe querida,
valia muito mais do que milhões...

Hoje, passados muitos anos, reavivo na minha alma todas as lições,
que minha mãe na Bíblia me ensinou...

O mundo só me trouxe desenganos, e até a minha mãe Deus a levou!

Porém, o que ela me ensinou em vida, tudo, Graças a Deus ficou!

sábado, junho 09, 2007

Um poema de Gióia Júnior


Jesus - Alegria dos Homens

Nesta hora de incerteza, de cansaço e de agonia,
nesta hora em que, de novo, a guerra se prenuncia,
neste momento em que o povo não tem rumo, nem tem guia;
Ó Jesus, agora e sempre Tu és a nossa alegria!

Nesta hora seca e torpe, de vergonha e hipocrisia,
quando os homens apodrecem nos banquetes e na orgia,
nesta hora em que a criança atravessa a noite fria;
Tu és a nossa esperança, Tu és a nossa alegria!

Alegria manifesta, que brotou e se irradia
de uma simples e modesta e sublime estrebaria,
alegria nunca ausente,
alegria onipotente
que palpita para o crente
e faz dele um novo ser;
alegria cristalina,
doce, mística, divina,
que nos toma e nos domina
e nos enche de poder.

Tu és a nossa alegria! Santa alegria, Senhor,
que nos une e nos separa e nos fecunda de amor!
Por isso cantamos hinos, temos prazer no louvor,
até nas horas escuras do afastamento e da dor.

Cantai, ó povos da terra!
Trazei harpas e violinos,
oboés, cítaras, guitarras,
harmônios, címbalos, sinos,
clavicórdios e fanfarras,
coros de virgens e mártires, de meninas e meninos!

Cantai, ó povos da terra!
Trazei avenas e tubas, flautas, flautins,
clarinetas, celos, clarins
e tambores
e metálicas trombetas e puríssimos cantores!

Cantai, ó povos da terra!
Trazei pássaros e fontes, bulícios, rios e ventos,
rochas, árvores enormes, alvos lírios orvalhados, palmas viçosas luzindo,
sons da noite, vozes múltiplas dos animais e das águas,
das pedras e dos abismos, das florestas intocáveis
e dos mundos subterrâneos, sons da madrugada clara:
estalos de galhos verdes. Doces ruídos domésticos: talheres e louças brancas.
Sons de fábricas, ruídos de teares e bigornas, de madeiras e metais,
passos pesados de botas de militares eretos,
passos macios e quentes de rosadas colegiais.

Cantai, ó povos da terra!
Cantai de noite e de dia,
na tarde pesada e morna,
na manhã ágil e fria,
na aflição, ou na ventura,
ao nascer, ou na agonia:
Jesus - Senhor dos senhores,
Tu és a nossa alegria! Tu és a nossa alegria! Tu és a nossa alegria!

Mais de Gióia em: www.geocities.com/feguizze/index.htm.

quinta-feira, junho 07, 2007

Um poema de minha autoria


OBJETIVO

“Porque toda a carne é como erva, e toda a glória do homem como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor; Mas a palavra do Senhor permanece para sempre; e esta é a palavra que entre vós foi evangelizada.” 1Pe 1.24,25

Se vivo ou se morro
não importa:
algo maior está em jogo,
algo maior vive,
algo maior salva.
Se tudo passará, e Ela não,
a Palavra de Deus
(para mim, e então)
é
tudo o que existe.

Do livro Uma Abertura na Noite (Clique aqui para baixar).

domingo, junho 03, 2007

Dois poemas de Avaniel Marinho



Ao Deus Vivo

O que devo ofertar a Deus? Um verso,
Um culto, meu dízimo, uma canção
Ou todas as coisas? Meu coração?
Certamente tudo, sem nada ao inverso.

Pois, finito ou infinito, o universo
Será o palco da unificação;
Da glória do Senhor da criação,
Que virá, expondo as leis pelo anverso!

Ali, terá início a eternidade,
E eu não terei mais oportunidade
De ofertar a Ele os "pertences meus".

Tudo, hoje, já, devo dar sem medida,
Para quando voltar o Autor da Vida,
Eu descanse eternamente com Deus.


Vá Aonde Deus Mandar

Em Nínive havia um povo atroz
(e de atrocidades mil, de fato)!
Cair nas mãos daqueles assírios
era desventura e descaminho.
Assim era na época de Jonas
e este foi interpelado a ir a Nínive:
aquela gente necessitava de conselhos.
Pensava o Profeta que seu artifício
o ocultava de Deus
e, fugindo, foi a Tarses (no extremo oposto)!
Tinha seus motivos para aquela fuga!
O mar revolto foi seu rumo feroz!
A fúria das águas o acusara cedo!
Por clemência Jonas pôde rever a rota...
É impossível fugir de Deus!
Obedecê-Lo é melhor que se sacrificar.
Atendê-Lo é prenúncio de calmaria.
É sábio pensar que Deus não muda:
O Deus de Jonas é o mesmo da Graça.
É melhor estar no centro de Sua vontade!

Fonte: www.avanielmarinho.com.br.
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